Município de pouco mais de 20 mil habitantes, é uma cidade super pacata a uns 40 km das badaladas Canela e Gramado, com as quais compartilha o clima mas não os turistas.
É uma cidade bem gaúcha, nem italiana nem alemã, de origem gaúcha mesmo desde sempre. Baseada na pecuária, é lugar de encontrar o verdadeiro gaúcho, o peão de estância de gado. Não é difícil ver alguém todo "pilchado" na avenida principal (vestido com bombacha, chapéu e apetrechos gauchescos).
Essa cidadezinha foi nossa escolha para substituir a viagem frustrada para o Uruguai. Deliciosa escolha, já vou adiantando.
Pesquisando no Booking.com, encontramos a Pousada São Chico a um preço bem legal para a família toda para um pacote de 6 dias, e resolvemos encarar. Alugamos um Celtinha com ar e direção, bem basicão, e nos bandeamos para a serra.
Subimos a serra por Sapiranga e Taquara, para variar os caminhos e conhecer outra estrada além da BR-116. A parte plana da estrada, até Taquara, é toda duplicada e sem graça como toda estrada duplicada sabe ser. Só fica bom mesmo quando se começa a subir a serra.
A subida é numa estrada de pista simples que parece bem antiga e um tanto mal cuidada (RS-020). Praticamente sem acostamento nenhum nesse trecho do vale a São Chico. Com muitas curvas como toda estrada de serra antiga, me deu saudade da minha moto. Fica na lista para subir de moto qualquer dia à frente.
Chegamos em São Chico ainda de dia (adoro o horário de verão no sul). A pousada ao vivo era bem melhor do que nas fotos, e ainda fomos brindados com um upgrade de quarto. Bom começo!
Demos uma passeada pelo centrinho da cidade, e já de cara aportamos na linda livraria Miragem. É um lugar sensacional, e não é algo que eu tenha visto em qualquer cidade com menos de 200 mil habitantes (e aqui tem só 20 mil). Obra de dona Luciana, que tivemos o prazer de conhecer e conversar por um bom tempo. Fazendeira e boa conhecedora da história da cidade, foi um ótimo papo.
O café anexo, chamado Capitão Chaves em homenagem ao fundador de São Chico, também foi uma grata surpresa. Capitaneado pelo carioca Pedro, serve, além dos cafés, deliciosas massas e cervejas para lá de especiais. Paramos para um café mas acabamos ficando para jantar.
Como em todo lugar pequeno, em São Chico basta você mostrar-se aberto para o papo com o pessaol local correr solto, e assim foi com dona Luciana e com Pedro, sua esposa e seu sócio niteroiense. Esse é um dos ingredientes que me fazem gostar tanto de viajar por cidades pequenas e menos turísticas.
A meu pedido Pedro selecionou para eu provar uma cerveja produzida na região, Viking, para a qual o adjetivo "excelente" é pouco. Absurdamente deliciosa!
Para turistas apressados, São Chico inteira pode ser vista em um dia. Mas nós somos da galera slow-tur, e resolvemos passar 6 dias aqui. Queremos mergulhar mais fundo nos atrativos locais, entre os quais estão uma natureza exuberante e montes de cachoeiras. Também vamos usar a cidade como base para passeios pela região - Canela, Gramado, Cambará do Sul, que vou contar em outras postagens.
Algumas fotos da pousada:
Fotos do centro de São Chico:
A fenomenal livraria Miragem, de dona Luciana.
A fenomenal livraria Miragem, de dona Luciana.
A cafeteria/restaurante Capitão Chaves, ao lado da livraria. Ótimas cervejas e um atendimento para lá de simpático com o carioca Pedro.
Monumento aos tropeiros:
Outro monumento, na mesma avenida:
Avenida Julio de Castilhos:
Essa eu achei demais! Esse trequinho aí é um 'dispenser' de água quente para chimarrão. Já sai a 80 graus, temperatura correta para o mate. Fica no canteiro central da avenida principal, tá bom ou quer mais? Chega com a garrafa térmica e abastece!
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