segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Passeios do verão: São Francisco de Paula

Tem lugares no mundo que por algum motivo inexplicável a gente se sente imediatamente à vontade. Comigo, um desses lugares é a pequena cidade de São Francisco de Paula, na serra gaúcha. Desde que conheci ainda no início da decada de 90 eu adoro esse lugar.

Município de pouco mais de 20 mil habitantes, é uma cidade super pacata a uns 40 km das badaladas Canela e Gramado, com as quais compartilha o clima mas não os turistas. 

É uma cidade bem gaúcha, nem italiana nem alemã, de origem gaúcha mesmo desde sempre. Baseada na pecuária, é lugar de encontrar o verdadeiro gaúcho, o peão de estância de gado. Não é difícil ver alguém todo "pilchado" na avenida principal  (vestido com bombacha, chapéu e apetrechos gauchescos). 

Essa cidadezinha foi nossa escolha para substituir a viagem frustrada para o Uruguai. Deliciosa escolha, já vou adiantando. 

Pesquisando no Booking.com, encontramos a Pousada São Chico a um preço bem legal para a família toda para um pacote de 6 dias, e resolvemos encarar. Alugamos um Celtinha com ar e direção, bem basicão, e nos bandeamos para a serra. 

Subimos a serra por Sapiranga e Taquara, para variar os caminhos e conhecer outra estrada além da BR-116. A parte plana da estrada, até Taquara, é toda duplicada e sem graça como toda estrada duplicada sabe ser. Só fica bom mesmo quando se começa a subir a serra. 

A subida é numa estrada de pista simples que parece bem antiga e um tanto mal cuidada (RS-020). Praticamente sem acostamento nenhum nesse trecho do vale a São Chico. Com muitas curvas como toda estrada de serra antiga, me deu saudade da minha moto. Fica na lista para subir de moto qualquer dia à frente. 

Chegamos em São Chico ainda de dia (adoro o horário de verão no sul). A pousada ao vivo era bem melhor do que nas fotos, e ainda fomos brindados com um upgrade de quarto. Bom começo! 

Demos uma passeada pelo centrinho da cidade, e já de cara aportamos na linda livraria Miragem. É um lugar sensacional, e não é algo que eu tenha visto em qualquer cidade com menos de 200 mil habitantes (e aqui tem só 20 mil). Obra de dona Luciana, que tivemos o prazer de conhecer e conversar por um bom tempo. Fazendeira e boa conhecedora da história da cidade, foi um ótimo papo. 

O café anexo, chamado Capitão Chaves em homenagem ao fundador de São Chico, também foi uma grata surpresa. Capitaneado pelo carioca Pedro, serve, além dos cafés, deliciosas massas e cervejas para lá de especiais. Paramos para um café mas acabamos ficando para jantar. 

Como em todo lugar pequeno, em São Chico basta você mostrar-se aberto para o papo com o pessaol local correr solto, e assim foi com dona Luciana e com Pedro, sua esposa e seu sócio niteroiense. Esse é um dos ingredientes que me fazem gostar tanto de viajar por cidades pequenas e menos turísticas. 

A meu pedido Pedro selecionou para eu provar uma cerveja produzida na região, Viking, para a qual o adjetivo "excelente" é pouco. Absurdamente deliciosa! 

Para turistas apressados, São Chico inteira pode ser vista em um dia. Mas nós somos da galera slow-tur, e resolvemos passar 6 dias aqui. Queremos mergulhar mais fundo nos atrativos locais, entre os quais estão uma natureza exuberante e montes de cachoeiras. Também vamos usar a cidade como base para passeios pela região - Canela, Gramado, Cambará do Sul, que vou contar em outras postagens. 

Algumas fotos da pousada:





Fotos do centro de São Chico:

A fenomenal livraria Miragem, de dona Luciana.


A cafeteria/restaurante Capitão Chaves, ao lado da livraria. Ótimas cervejas e um atendimento para lá de simpático com o carioca Pedro.



Monumento aos tropeiros:


Outro monumento, na mesma avenida:


Avenida Julio de Castilhos:






Essa eu achei demais! Esse trequinho aí é um 'dispenser' de água quente para chimarrão. Já sai a 80 graus, temperatura correta para o mate. Fica no canteiro central da avenida principal, tá bom ou quer mais? Chega com a garrafa térmica e abastece!





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